O sol é uma fonte de energia, de vida e tem efeitos benéficos sobre a saúde, além da pele ficar mais bonita, alguns raios solares são suficientes para melhorar o humor, ajudar a regular o ritmo biológico do organismo, contribuir para melhorar certas afeções da pele, como a psoríase e dermatite atópica e, sendo um fator importante para a produção de vitamina D, ajuda ao fortalecimento dos ossos e articulações.
Portanto, na medida certa, a exposição solar traz benefícios para a sua saúde e bem-estar!
As preocupações em relação às consequências negativas da exposição solar surgiram quando o comportamento natural de procurar a sombra nas horas de maior intensidade da radiação solar, foi substituído pela exposição deliberada e excessiva ao sol, com o intuito de obter uma tonalidade bronzeada.
A pele possui uma proteção natural contra a radiação solar, a melanina, que é responsável pela pigmentação da pele, olhos e cabelo. As queimaduras solares acontecem quando a radiação incidente na pele excede a capacidade de proteção da melanina. As concentrações deste pigmento variam bastante entre as pessoas, mas, em geral, pessoas de pele escura têm mais melanina do que aquelas de pele mais clara.
Pessoas com cabelo claro e pele clara, olhos de cor clara e/ou com muitos sinais ou sardas, têm menos proteção natural em relação à radiação e, assim, maior risco de desenvolverem queimaduras e/ou cancro da pele. Mas a cor da pele pode enganar e, algumas pessoas de pele relativamente morena, cabelo e olhos castanhos, têm dificuldade em bronzear-se e adquirem queimaduras solares com facilidade, necessitando, também elas, de cuidados redobrados de proteção solar.
As crianças até aos três anos não devem ser expostas diretamente ao sol. Na eventualidade de irem à praia, devem usar vestuário adequado que cubra a maior extensão possível de pele, sem esquecer o chapéu de abas largas. Devem brincar sempre resguardadas do sol, por exemplo, por um guarda-sol.
A exposição prolongada ao sol é a causa mais comum de queimaduras por radiação e, também, a causa mais comum de queimaduras de primeiro grau em geral. A longo prazo, a exposição prolongada ao sol, contribui para o envelhecimento prematuro da pele e cancro da pele.
Após uma exposição solar prolongada a pele, mais precisamente a epiderme, fica vermelha, quente ao toque, dolorosa, causando uma sensação de ardor e comichão. Ao contrário de outro tipo de queimaduras, os sintomas das queimaduras solares não são imediatos, geralmente a vermelhidão surge entre três a cinco horas após a exposição solar, ficando, normalmente, mais exacerbada doze a vinte e quatro horas após. Esta primeira fase dura dois ou três dias. Após este período, a vermelhidão desaparece, a pele começa a ficar ressequida e a descamar. Em casos mais graves podem surgir queimaduras de segundo grau (onde existe o aparecimento de bolhas, inflamação local, vermelhidão e dor severa) e, insolação caracterizada por pele vermelha, quente e dolorosa, comichão, desidratação, febre, arrepios, bolhas e náuseas. Note-se que, nestas situações é necessário recorrer aos serviços de saúde, pois necessita de cuidados diferenciados.
⇒ Em caso de queimadura solar é recomendável:
- Evitar nova exposição ao sol;
- Tomar um banho com água morna ou fria, sem utilizar esponjas nem exfoliantes e evite o uso de produtos irritantes;
- Aplicar na área afetada compressas ou uma toalha humedecidas com água fria na área afetada;
- Não aplicar álcool, manteiga ou óleos gordos;
- Aplique loções calmantes e hidrantes sem perfume;
- Use roupas largas de preferência de algodão;
- Ingira muita água para se manter bem hidratado;
- Se necessitar tome um analgésico (como por exemplo, Paracetamol);
- Se tiver bolhas não as rebente, só irá aumentar o risco de infeção e formação de cicatrizes;
- Não remova a pele a descamar, ela cairá naturalmente;
- Em caso de dúvida ligue para SAÚDE 24: 808 24 24 24
O melhor tratamento para as queimaduras solares é a prevenção, por isso é imperativo proteger e cuidar da pele antes, durante e depois da exposição solar, para tal recomenda-se:
- Evitar a exposição solar entre as 11 e as 17 horas;
- Sempre que andar ao ar livre, usar roupas que evitem a exposição direta da pele ao sol, particularmente nas horas de maior incidência solar;
- Usar chapéu, de preferência, de abas largas e óculos que ofereçam proteção contra a radiação;
- Usar sempre protetor solar com um índice adequado à idade e ao tipo de pele, de preferência, igual ou superior a 30, quinze a trinta minutos antes da exposição ao sol e renove a sua aplicação sempre que estiver exposto ao sol (de 2 em 2 horas), se estiver molhado ou se transpirar bastante. Quando regressar da praia ou piscina voltar a aplicar protetor solar, principalmente nas horas de calor intenso e radiação elevada;
- Não esquecer de proteger os lábios, orelhas e o dorso das mãos;
- Aumentar a ingestão de líquidos (água ou sumos de fruta naturais, sem adição de açúcar);
- Evitar as bebidas alcoólicas e bebidas com elevados teores de açúcar;
- Cuidado com o sono! O adormecer ao sol é uma causa frequente de queimaduras, por vezes graves;
- Atenção aos medicamentos que está a tomar, informe-se com o seu médico, pois alguns medicamentos de uso comum, como antibióticos, anti-hipertensores, anti-inflamatórios, podem ser fotossensibilizantes, podendo desencadear uma reação de tipo queimadura ou alergia na pele exposta ao sol.
Estas medidas de proteção devem ser tomadas mesmo que:
- O céu esteja nublado, as radiações atravessam as nuvens;
- Permaneça debaixo de um toldo ou chapéu-de-sol, onde os raios solares incidem de forma indireta;
- Haja vento ou esteja dentro de água, num barco ou colchão, pois os riscos mantêm-se, apesar da sensação de frescura.
Procure desfrutar do sol de forma consciente, coloque em prática todas estas recomendações, prevenindo, assim, os malefícios de uma exposição solar excessiva e faça do sol um aliado para a sua saúde e bem-estar.
Estamos à sua disposição para esclarecer qualquer dúvida.
Enfª. Sara Espadinha
Enfermeira no serviço de Consulta Aberta
do Hospital São João Baptista